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Medicina

Horário pode reduzir efeito de anti-hipertensivos

Fonte: Panorama Farmacêutico

O efeito de anti-hipertensivos pode ser menor dependendo do horário de ingestão e do gênero do paciente. É o que indica uma pesquisa da Universidade de Waterloo, do Canadá. A notícia é um alerta importante para os farmacêuticos que auxiliam clientes portadores de doenças crônicas.

Segundo o estudo, o sexo biológico e o relógio circadiano do corpo são fatores críticos no controle da pressão arterial. Além de regular o ciclo sono-vigília, o relógio circadiano também regula a função renal.

Os rins desempenham um papel crucial na regulação da pressão arterial, gerenciando os níveis de fluidos e eletrólitos no corpo.

“Uma classe importante de medicamentos para pressão arterial são os diuréticos, que reduzem a pressão sanguínea ao direcionar a função renal para aumentar a quantidade de urina que o corpo excreta”, afirma Anita Layton, professora de Matemática Aplicada em Waterloo e autora correspondente do estudo.

A equipe de Anita usou modelos matemáticos para simular a função renal em camundongos machos e fêmeas para avaliar a eficácia de vários tipos de diuréticos: de alça, tiazídicos e poupadores de potássio.

Primeiro, os pesquisadores simularam ciclos ativos (noturnos para um animal noturno) e inativos (diurnos) dos ritmos circadianos de cada camundongo. Em seguida, eles mediram a produção de urina prevista e a excreção de sódio para cada tipo de medicamento, a cada vez, em camundongos machos e fêmeas.

Eles descobriram que, para cada categoria de diurético, o sexo e a hora do dia impactavam a eficácia do medicamento de forma diferente.

O efeito de anti-hipertensivos e os planos de tratamento de pressão arterial tornam-se mais eficazes à medida que os pacientes escolhem o horário certo para tomar seus medicamentos.

“A cronoterapia, que é a adaptação da administração de medicamentos para corresponder aos ritmos circadianos do corpo, pode desempenhar um papel importante na melhoria da medicina personalizada moderna”, explica a pesquisadora.

O estudo foi publicado no American Journal of Physiology Renal Physiology e concluiu que os ritmos circadianos podem alterar a taxa de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de drogas. Assim, uma dose fixa do fármaco pode resultar em respostas variáveis dependendo do tempo de administração.

Atualmente os anti-hipertensivos são geralmente prescritos para administração matinal. No entanto vários estudos demonstram que tais medicamentos são mais eficazes quando administrados na hora de dormir.

Poucos medicamentos são administrados com base na hora do dia. A cromoterapia, ou seja, adaptar o tempo de administração do medicamento para corresponder aos ritmos diurnos do corpo para aumentar seu efeito pode desempenhar um papel importante na melhoria da medicina personalizada.

Nesse sentido, modelos computacionais específicos para a hora do dia seriam ferramentas úteis para entender como as respostas aos medicamentos variam ao longo do dia para determinar o horário mais eficaz de administração.

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