Fonte: Redação
Apesar dos esforços para constantes inovações em oncologia, ainda faltam iniciativas unificadas para ampliar de forma expressiva o acesso a terapias contra o câncer. Comunicação e a sinergia entre projetos podem ser aprimoradas, evidenciando a necessidade de uma plataforma para colaboração e conhecimento compartilhado.
Isso é o que revela o artigo “Unificação de esforços para melhorar o acesso global a terapias contra o câncer: Relatório da Cúpula das Partes Interessadas no Acesso a Medicamentos Essenciais para o Câncer de 2022/2023”, recentemente veiculado pelo JCO Global Oncology, publicação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
O relatório reúne dados de três encontros realizados em 2022 e 2023 com representantes de institutos de câncer, médicos, pesquisadores, sociedades profissionais, indústria farmacêutica, organizações de defesa de pacientes, financiadores, organizações e fundações de câncer, formuladores de políticas e órgãos reguladores.
O câncer representa uma crise global de saúde pública, que afeta mais gravemente os países de baixa e média renda. Globalmente, estima-se que 19 milhões de novos casos e quase 10 milhões de mortes por ano. O ônus da incidência e da mortalidade por câncer está crescendo rapidamente no mundo, refletindo o envelhecimento e o crescimento da população, bem como as mudanças na prevalência e na distribuição de muitos dos fatores de risco do câncer.
Custo quadruplicou em quase 20 anos
Segundo o relatório, é importante reconhecer que a medicina oncológica é apenas um aspecto de um sistema abrangente de tratamento do câncer, que deve incluir o acesso a todos os componentes necessários, como acesso ao diagnóstico oportuno, à cirurgia eficaz, à radioterapia e aos cuidados paliativos.
Contudo, os autores destacam que desde 1995 vem acontecendo um aumento expressivo no preço de novas terapias contra o câncer. Cada ano de vida ajustado pela inflação custava às seguradoras/pacientes US$ 54.100 em 1995, saltando para US$ 139.100 em 2005 e, em 2013, chegou a US$ 207.000. Além disso, a maioria das novas terapias contra o câncer lançadas entre 2009 e 2014 custam mais de US$ 100.000 por ano nos Estados Unidos.
Embora os preços brutos sejam mais baixos em muitos países, a correção do custo pelo produto interno bruto (PIB) dos países demonstrou que o custo relativo era várias vezes mais caro na Índia, na China e na África do Sul. Esses aumentos de preços não se limitam às novas terapias. Os medicamentos genéricos também estão sujeitos a picos repentinos de preços, sendo que a concorrência entre os fabricantes de genéricos está correlacionada com reduções de preços.
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