Medicina

Startup brasileira se destaca em pesquisas com RNA mensageiro

Fonte: Redação

A tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) foi utilizada na criação de vacinas contra Covid-19 e teve papel fundamental durante a pandemia, tanto que seus criadores acabaram laureados pelo último prêmio Nobel de Medicina. Mas a inovação não para por aí. Uma série de pesquisas vem sendo desenvolvidas por diversas empresas, com o intuito de explorar o potencial do mRNA contra diversas enfermidades, incluindo câncer, mal de Alzheimer e outros problemas degenerativos.

Estima-se que mais de 20 vacinas contra o câncer estejam sendo desenvolvidas com base nessa tecnologia, incluindo melanoma, pulmão e carcinoma colorretal. Algumas drogas para tumores, como o de pâncreas e o cerebral, além de isquemia cardíaca, fibrose cística e nefropatia diabética já se encontram na fase de testes em humanos. Mas o uso em imunizantes para doenças infecciosas é a aplicação mais avançada para a terapia de mRNA e promete combater doenças como citomegalovírus, Zika, vírus respiratórios, Influenza A, Chikungunya e raiva.

Empresas brasileiras também estão nesse mercado e com resultados promissores. É o caso da startup Aptah Bio. A biotech desenvolveu uma molécula capaz de tratar diversas doenças associadas ao envelhecimento, como mal de Alzheimer e alguns tipos de câncer. O novo medicamento age no processo de transformação do código do DNA em proteínas, com capacidade de reprogramar a célula e recuperar o equilíbrio celular.

A empresa realizou inúmeros testes in vitro e in vivo em laboratórios do mundo todo. Nas pesquisas com camundongos modificados com o glioblastoma multiforme humano, um tipo de tumor cerebral, os resultados foram surpreendentes. A molécula desenvolvida pela startup foi capaz de controlar a proliferação das células doentes sem aparentes efeitos adversos, superando inclusive a eficácia da temozolomida, quimioterápico referência para o tratamento atualmente.

Além do glioblastoma, a mesma molécula foi testada em doenças degenerativas, como mal de Alzheimer, e também gerou respostas animadoras. Agora, a equipe de cientistas se prepara para os testes em humanos, com previsão de início no segundo semestre de 2024.

Em agosto, a Vesper Ventures, fundo de investimento em empresas nascentes especializadas em biotecnologia avançada, liderou uma rodada de investimento de US$ 8 milhões (cerca de R$ 40 milhões) na Aptah Bio. A empresa já havia recebido US$ 3,8 milhões (aproximadamente R$ 20 milhões) em 2021, em rodada também liderada pela Vesper. Os recursos foram utilizados para pesquisas em animais e resultaram em três patentes registradas nos Estados Unidos.

Tratamento único
Criada em 2018, a Aptah Bio é uma startup de biotecnologia focada em novas terapias de RNA, inicialmente voltadas para doenças oncológicas e neurodegenerativas. A empresa desenvolveu uma molécula única capaz de reprogramar as células para controlar a produção de diversas proteínas tóxicas, que estão relacionadas a desordens genéticas esporádicas, a exemplo do Alzheimer.

A biotech quer tratar uma gama de doenças ligadas ao envelhecimento com um único medicamento e já teve sucesso em testes com células (in vitro) e em animais (in vivo). Com sedes na Califórnia e Brasil, a empresa se prepara para iniciar os testes em humanos no início do próximo ano.

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