Fonte: O Globo
Cientistas britânicos desenvolveram um tratamento que pode reverter de forma inédita a cirrose, uma doença hepática mortal. A condição é caracterizada pela formação de cicatrizes no tecido do fígado e pode ser causada pelo consumo excessivo de álcool, dietas gordurosas ou ionfecções prolongadas causadas pelos vírus da hepatite B e C.
Atualmente não existem medicamentos ou tratamentos para interromper ou reverter esse processo. Por isso, essa é condição que mais leva ao transplante de fígado em adultos e crianças. Mas isso pode estar prestes a mudar.
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram um tratamento que envolve a coleta de uma amostra de sangue do paciente, seguida da extração de glóbulos brancos chamados monócitos. Estas são células que combatem infecções e normalmente vivem no sangue durante alguns dias e depois migram para os tecidos do corpo para se transformarem em macrófagos – células capazes de reparar tecidos danificados.
Os pesquisadores usaram os monócitos para produzir macrófagos em massa em laboratório e depois os injetaram no fígado do paciente. Os especialistas acreditam que os pacientes que sofrem de cirrose hepática grave produzem macrófagos menos eficazes devido aos danos causados pela doença. Ao prepará-las fora do corpo, os pesquisadores esperam que as células sejam melhores na reparação das cicatrizes e, em última análise, revertam a condição.
Resultados de um estudo com 50 pacientes, apresentados na semana passada, na conferência anual da Associação Americana para o Estudo de Doenças Hepáticas, realizada nos Estados Unidos, mostraram os 26 participantes que receberam o tratamento não apresentaram agravamento significativo da sua condição no ano seguinte.
Por outro lado, dos 24 voluntários que não receberam a nova terapia, quatro pioraram consideravelmente e três morreram. Os pesquisadors ressaltam que mais testes são necessários para ter certeza de que a droga interrompe ou reverte a cirrose em humanos.
Mas os resultados iniciais são encorajadores. Além desse estudo, testes em em animais mostraram que o tratamento desfez algumas das cicatrizes no fígado. Um grande ensaio com o a terapia está previsto para começar em 2024 no Reino Unido.
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