Saúde

Risco de Covid longa é maior entre pessoas com esquema vacinal incompleto

Fonte: G1

Não se imunizar com todas as doses da vacina contra a Covid-19 aumenta as chances de desenvolvimento da Covid longa. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), três em cada quatro pacientes infectados pelo coronavírus relataram sintomas persistentes da doença.

A pesquisa aponta que aqueles que não se vacinaram apresentaram 23% mais chance de ter Covid longa se comparados às pessoas que se imunizaram com três ou quatro doses.

Entre os que tomaram até duas doses, a probabilidade de desenvolvimento de sintomas persistentes é 8% maior.

Os pesquisadores acompanharam mil pacientes entre 2020 e 2023 para monitorar os efeitos da pandemia a longo prazo. Natan Feter, pesquisador da UFRGS e um dos autores do estudo, explica que os resultados alertam para as consequências da Covid-19.

“No início, se acreditava que os efeitos da pandemia seriam só indiretos, com o aumento nos casos de ansiedade, depressão e sedentarismo. Mas a pesquisa mostra os efeitos diretos na saúde”, Natan Feter, pesquisador da UFRGS

A Covid longa é caracterizada pela permanência de sintomas da Covid-19 por três meses ou mais. Entre as queixas mais comuns estão: dores de cabeça, fadiga, perda de olfato e paladar, tosse, queda de cabelo e complicações neurológicas.

Além das queixas relatadas pelos entrevistados, Feter também destaca que a alta prevalência dos sintomas a longo prazo acarreta a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A Covid longa se revelou um problema relevante para a saúde pública, tanto pela carga como pela prevalência dos sintomas”, afirma.

Para o pesquisador, essa condição persistente pode ser considerada como uma nova fase pós-pandemia. O estudo mostra que a condição crônica está associada à perda de produtividade e a maiores gastos do sistema público de saúde.

Apesar dos altos índices de vacinação da população no Brasil, com mais de 518 milhões de doses aplicadas contra a Covid-19, a cobertura da vacina bivalente é baixa.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 17% da população foi imunizada com a dose bivalente. A vacina serve como um reforço para a imunização realizada com as demais vacinas monovalentes.

Segundo o boletim mais recente da Fiocruz, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem observar aumento no número casos de Covid-19 nas próximas semanas.