Saúde

Ministério da Saúde e SBU orientam sobre prevenção do câncer de pênis

Fonte: Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde (MS) em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) divulgou uma nota técnica em que reforça orientações para a prevenção e o cuidado integral relacionados ao câncer de pênis no Brasil. Nos últimos 10 anos, mais de 6 mil pacientes tiveram que recorrer à amputação do órgão devido à gravidade da doença, uma média superior a 600 amputações por ano, de acordo com um compilado feito pela SBU com base no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS).

Classificada como uma infecção crônica do prepúcio (pele que encobre a glande, a cabeça do pênis), a doença se manifesta inicialmente como uma ferida que não cicatriza. Com o tempo, evolui para uma úlcera ou lesão grave.

Em alusão ao fim da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis da SBU, realizada em fevereiro, o Ministério da Saúde e a entidade médica enfatizam a importância de profissionais de saúde orientarem a população sobre os seguintes cuidados:

  • Higiene do pênis: a prática de limpeza deve ser realizada diariamente com água e sabão neutro, puxando o prepúcio totalmente para trás. A prática deve ser realizada também após relações sexuais.
  • Autoexame: ao notar qualquer alteração no pênis, como feridas, inchaços, ou mudanças na cor e textura da pele, é recomendado buscar atendimento.
  • Práticas sexuais seguras: é recomendado o uso de preservativos na relação sexual, além da vacinação contra o vírus HPV (o papilomavírus humano), disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos.
  • Circuncisão: incentiva-se a retirada do prepúcio quando a pele que encobre a glande impede a higienização de forma correta, seja por ser muito longa (prepúcio redundante) ou por estar estreitada (fimose).
  • Cuidados com a saúde: ter uma rotina atrelada a uma dieta saudável e equilibrada, paralela à prática regular de exercícios físicos, também se enquadra como forma de prevenção.
  • Garantia de acesso: garantir os direitos dos adolescentes (10 a 19 anos) da possibilidade do atendimento desacompanhado, como estímulo positivo à autonomia e cidadania. Caso a sugestão não seja acolhida, o adolescente deve ser estimulado a participar ativamente, enquanto protagonista de seu próprio cuidado.
  • Além dessas orientações, o documento enfatiza a importância de gestores estaduais e municipais organizarem a rede de atenção à saúde, com a Atenção Primária à Saúde (APS) como porta de entrada de segmentos prioritários, permitindo eficiência de queixas na região genital de pessoas com pênis.

A qualificação profissional e a implementação de estratégias de disseminação de informações também foram ressaltadas. “O câncer de pênis é uma doença mutiladora e que pode ser prevenida com hábitos simples. Estar atento a qualquer ferida que não cicatriza é fundamental”, afirmou Luiz Otávio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, em comunicado.