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Medicina

Primeiro anticoncepcional masculino em gel avança nos estudos

Fonte: O Globo

Exceto pela camisinha, todos os métodos contraceptivos temporários dependem da mulher. Mas isso pode estar prestes a mudar. Um anticoncepcional masculino, em forma de gel, pode chegar ao mercado em cerca de uma década, de acordo com informações do jornal britânico Daily Mail.

Trata-se de um gel hormonal com consistência similar a um álcool em gel, que seca rapidamente e não tem cheiro. Os usuários aplicam o produto, chamado NES/T, nos ombros, peito e parte superior dos braços, uma vez ao dia. A recomendação é não tomar banho por até duas horas após a aplicação.

Em cerca de três a quatro meses após o início do uso, até que a quantidade de esperma caia para menos de 1 milhão de espermatozoides por mililitro. Nesse nível, não haveria necessidade de utilizar outros métodos contraceptivos. Para fator de comparação, a contagem “normal” de espermatozoides é de 15 milhões por mililitro. A equipe espera que o gel tenha um desempenho tão bom quanto o da tradicional pílula anticoncepcional feminina, que é de cerca de 99%.

O contraceptivo é composto pela combinação de dois hormônios: a progesterona e a testosterona. O efeito contraceptivos é resultado da progesterona, um hormônio feminino que “informa” ao organismo masculino que já tem esperma suficiente. Dessa forma, a glândula pituitária produz menos LH e FSH, hormônios responsáveis pela produção de esperma. Já a testosterona é necessária para manter níveis adequados desse hormônio no corpo, dado que a redução na produção de LH não afeta apenas a produção de esperma, mas também de testosterona.

Segundo Richard Anderson, co-diretor do Centro para Saúde Reprodutiva da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, e líder do estudo do novo medicamento, o grande desafio foi acertar na dose de cada hormônio.

Os testes clínicos em humanos começaram em 2019, mas o recrutamento só foi encerrado no final de 2022. A estimativa é que os resultados finais sobre eficácia e segurança estejam disponíveis em dois anos, mas de acordo com Anderson, dados preliminares foram “extremamente bons” e seus colegas estão “surpresos” com a eficácia do gel hormonal.

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