Medicina

Hospitais perdem 27% de produtividade com burnout em médicos

Fonte: Redação

Um levantamento realizado em nove hospitais particulares de diferentes regiões do país revela uma perda de produtividade em torno de 27%, resultando em mais de R$ 22 milhões em custos anuais com horas perdidas.

O cálculo diz respeito às atividades de médicos e demais profissionais da saúde e foi realizado com base nas ausências dos colaboradores (faltas no trabalho) e no índice de presenteísmo, que identifica perdas de produtividade por estresse, esgotamento físico e mental e outros fatores associados.

Os nove hospitais participantes somam mais de 12 mil colaboradores, dos quais 31,2% participaram da pesquisa, o que configura uma amostra estatisticamente válida, com nível de confiança em 95%. No total, estima-se que mais de 914 mil horas de trabalho foram perdidas no ano por conta das ausências e quedas de produtividade.

“É um impacto econômico muito relevante, que evidencia a necessidade de promover a saúde física e mental entre todos os colaboradores, em todos os setores de atividade econômica”, destaca Mara Machado, CEO e fundadora do IQG (Instituto Qualisa de Gestão), entidade responsável pelo levantamento.

Especificamente no setor de saúde, o risco de erros clínicos chega a ser 2,2 vezes maior em profissionais com elevado índice de burnout. Os reflexos dessa condição, caracterizada pelo esgotamento físico e mental, influenciam na capacidade cognitiva do profissional e favorecem tomadas equivocadas de decisões.

“Os resultados dessa pesquisa apontam para a necessidade de aprimorar a gestão e segurança ocupacional, com foco na saúde do colaborador. Não podemos deixar que a cultura do silêncio, em que erros e falhas são pouco discutidos por medo de represálias, seja um obstáculo para o aprimoramento contínuo da segurança do paciente”, enfatiza Mara.

A CEO do IQG destaca que o futuro da qualidade e segurança na saúde depende da conscientização de gestores e lideranças, bem como da adoção de políticas públicas robustas. “A transformação desse cenário requer um esforço coletivo para consolidar uma assistência cada vez mais segura, eficiente e humanizada, garantindo melhores desfechos clínicos e maior confiança dos pacientes no sistema de saúde”, afirma Mara.