Fonte: Redação
“A meta do complexo industrial da saúde é chegar em 2033 com 70% de produção nacional para o setor”, disse Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na abertura do II Fórum NuOn Health/SBMF sobre Sustentabilidade e Modelos Inovadores de Financiamento em Saúde. O evento aconteceu na última segunda-feira, dia 26, em São Paulo, com especialistas e lideranças de diversos segmentos da Saúde.
“Quando fiz medicina, era estetoscópio, aparelho de pressão e raio-x. Hoje, nós temos tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET-SCAN, e monoclonais. O custo sobe. É um desafio para o mundo inteiro. Como ter um custo menor e resultado melhor”, contextualizou o vice-presidente. As pressões de custos para a saúde são diversas, com a mudança demográfica da população, os avanços constantes na medicina, as doenças crônicas e seus tratamentos contínuos, além das enfermidades que requerem tratamentos complexos.
Diante disso, Alckmin destacou que investimento em inovação, ciência e tecnologia é um dos caminhos para enfrentar os desafios da saúde. Recentemente, o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) recebeu do Governo Federal o anúncio de novos investimentos, que já somam R$ 57,4 bilhões. Desde janeiro de 2023, o CEIS já conta com financiamento público de R$ 16,4 bilhões. São R$ 8,9 bi do PAC Saúde, R$ 4 bi do BNDES e R$ 3,5 bi da Finep.
Além disso, o vice-presidente destacou a importância da estratégia nacional de saúde para atrair mais investimentos em inovação e expansão para o setor. Segundo ele, a meta do governo de reduzir para dois anos o tempo de registro de patentes no Brasil, igualando à média dos países em desenvolvimento e atraindo mais investimento. “Se aqui leva sete anos e meio e lá fora leva dois, o investidor vai para fora. Então, nós estabelecemos uma meta. Já reduzimos para quatro anos e meio. Em 2025, três anos, e em 2026, dois anos”, revelou.
Lideranças do setor
Após a abertura oficial, as discussões tiveram início com diversas lideranças do setor, como Antônio Britto, diretor executivo da Anahp; Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma; Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma; Francisco Balestrin, presidente do Sindhosp; Ana Amélia, ex-Senadora da República e outros.
“Reunimos profissionais de diferentes segmentos da saúde para que tivéssemos perspectivas diversas e complementares dos desafios que enfrentamos atualmente”, destaca Octávio Nunes, CEO da NuOn Health, um dos organizadores do evento.
Acesso à saúde, novos modelos de financiamento, parcerias globais entre universidade, governo e iniciativa privada, e os desafios para implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer e equilíbrio dos Sistemas de Saúde estiveram entre os principais destaques.
As discussões não se encerram no evento. Está sendo confeccionado um white paper sobre o evento, que servirá de referência para a continuidade dos temas debatidos, em busca de mais acesso à saúde, frente às pressões de custos e desafios atuais. O documento será divulgado em breve.