Fonte: Washington Post
A história do tratamento contra o câncer pode ganhar novos capítulos. Na última sexta-feira, a U.S. Food and Drug Administration (FDA, a Anvisa dos EUA) aprovou um procedimento que identifica células que poderiam atacar a doença e consegue-se, a partir daí, multiplicá-las em laboratório.
Um homem diagnosticado com câncer na boca e que começou a se espalhar para o pescoço foi a primeira pessoa a receber esse tratamento experimental. Seis semanas depois, o tumor havia diminuído significativamente.
Especialistas em câncer afirmam que a aprovação da FDA pode marcar o início de uma nova e potente arma contra tumores mais comuns. E os resultados econômicos já começaram.
As ações da Iovance Biotherapeutics, empresa sediada na Califórnia que fabrica a terapia, subiram mais de 30% na terça-feira, o primeiro dia inteiro de negociações após a aprovação da FDA. Há décadas, os cientistas trabalham para desenvolver tratamentos contra o câncer que explorem o próprio sistema imunológico do corpo para procurar e destruir tumores malignos. Esse campo produziu avanços nos últimos anos, incluindo medicamentos que ajudam o corpo a reconhecer e atacar as células cancerígenas. Outra ferramenta aprovada pela FDA em 2017 extrai as células que matam o câncer do corpo e as programa para atacar um tipo específico de tumor no sangue.
A nova terapia individualizada mostrou que dos 73 pacientes tratados, 31,5% tiveram seus tumores reduzidos ou desapareceram após o tratamento com as células, informou a FDA.
“A aprovação da FDA representa o que representou os esforços de pesquisa científica e clínica que levaram a uma nova imunoterapia para pacientes com opções limitadas de tratamento”, disse Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, em um comunicado.
A Iovance Biotherapeutics fixou o preço da terapia em US$ 515.000 por paciente. A aprovação da FDA é “o primeiro passo para concretizar a ambição da Iovance de inaugurar a próxima geração de terapia celular, levando esse avanço a pacientes com tumores maisavançados”, disse Frederick Vogt, executivo-chefe interino da Iovance, em um comunicado na sexta-feira.