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Négocios

Mulheres na liderança

Pesquisa divulgada hoje (20) pela Organização das Nações (ONU) revela que as mulheres vivem mais que os homens em todas as regiões do mundo. Em países desenvolvidos, a média de expectativa de vida para as mulheres chega a 83 anos, enquanto a dos homens é de 78 anos. Mesmo em regiões pobres, como a África Central, a média é de 57 anos para as mulheres e de 54 para os homens.

Cresce número de mulheres em cargos de liderança na Europa e no Brasil

Índice de Diversidade de Gênero, elaborado pela Kantar, indica, porém, que ainda há muito a ser feito para aumentar a participação feminina nas empresas do continente. No Brasil, o cenário é parecido, com avanços, mas um longo caminho ainda pela frente

De São Paulo

Países europeus costumam ser considerados avançados em questões de gênero, quando comparados com o resto do mundo. Mas mesmo neles, apesar de progressos recentes, ainda há muito a ser feito. De acordo com a mais nova edição do Índice de Diversidade de Gênero (IDG), elaborado pela Kantar, apenas 10% das 668 maiores empresas do continente com ações em Bolsa têm lideranças com equilíbrio de gênero.

O índice mede a participação feminina em diferentes níveis de governança, em companhias de diferentes indústrias, em 18 países. O objetivo é promover boas práticas de gestão e reconhecer os esforços e avanços das companhias que promovem a igualdade de gênero.

Ainda que o percentual de empresas com participação equilibrada de homens e mulheres em cargos de gestão seja baixo, o estudo da Kantar indica que avanços importantes vêm sendo feitos. Entre 2012 e 2020, por exemplo, o percentual de mulheres em posição de liderança, como executivas ou fora do meio corporativo, dobrou de 10% para 20%.

Há, contudo, diferenças significativas entre os países estudados. Enquanto o percentual de mulheres em cargos de liderança chega a 25% em países como Irlanda, Suécia, Noruega e no Reino Unido, não passa dos 13% na Itália, na República Tcheca e na Alemanha.

Os países europeus com maior IDG são Noruega, França e Reino Unido, com pontuações de 0,74, 0,67 e 0,64, respectivamente, em uma escala em que 1 representa o balanço ideal entre homens e mulheres em posição de comando. A média das 668 companhias estudadas, nos 18 países europeus, foi de 0,56. Os piores colocados no ranking foram Polônia (0,38), Suíça (0,39) e Luxemburgo (0,41).

Entre as boas notícias, o estudo aponta o crescimento substancial do número de empresas com IDG considerado elevado (acima de 0,8), que dobrou, de 30 para 62. O percentual de companhias que registraram algum tipo de avanço também surpreendeu: 60%. Nos demais casos, em que houve redução do índice, ela foi inferior a 0,1 ponto.

O IDG deste ano traz ainda informações mais detalhadas sobre a participação feminina em posições de comando. Em parceria com a European Women on Boards, a Kantar conseguiu mapear as diferenças de acordo com o nível hierárquico. Uma das descobertas foi a de que as mulheres continuam sub-representadas, principalmente na diretoria das empresas, onde ocupam apenas 14% das vagas. Em compensação, cerca de um terço das corporações estudadas já tem 40% ou mais do conselho de administração composto por mulheres.

A representatividade das mulheres em cargos de direção, de certa forma, se reflete sobre a forma como as companhias tratam a pauta da diversidade em sua comunicação e também na forma como são percebidas. De acordo com a pesquisa #WhatWomenWant? (o que as mulheres querem?), da Kantar, companhias de indústrias como a da moda e da beleza são vistas como promotoras da igualdade de gêneros por mais de 60% dos entrevistados. Já as indústrias de automóveis e de cerveja são avaliadas da mesma forma por não mais de 45%.

Cenário brasileiro

No Brasil, os números são diferentes, mas os avanços e desafios são semelhantes. O país foi avaliado em 2019 em outro estudo da Kantar, o índice Reykjavik, que mede o quão confortável a sociedade se sente com mulheres e homens em posições de liderança.

Em uma escala que vai de zero a 100, o Brasil alcançou os 66 pontos. O resultado foi considerado relativamente elevado, na comparação com países do G7, o grupo de economias mais desenvolvidas do mundo. Canadá e França, os primeiros colocados, fizeram 77 pontos, enquanto Itália, Alemanha e Japão, os últimos, tiveram 68, 69 e 70, respectivamente. Entre os países avaliados, Rússia (53) e China (48) foram os piores.

Um dos principais achados do levantamento foi o de que 52% das pessoas no Brasil se sentiriam muito confortáveis em ter uma mulher como chefe de governo. O índice, porém, cai no mundo corporativo. Segundo o estudo da Kantar, apenas 41% se sentiriam muito confortáveis em ter uma mulher como CEO de uma grande empresa.

Aula Laboissière
Da Agência Brasil – Brasilia

mulheres representam 70% da força de trabalho na saúde em todo o mundo.

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